Cerca de 35% das 72 mulheres, que se submeteram a procedimentos de reprodução assistida na Fertivitro, apresentaram melhores taxas de gravidez com o uso do citrato de clomifeno, medicação com baixa dosagem de hormônio, enquanto que apenas 19,5% com a ingestão de alta dosagem, como as gonadotrofinas
Por Aline de Cássia Azevedo*
O tratamento das pacientes más respondedoras aos tratamentos de reprodução assistida — aquelas que apresentam um número pequeno de óvulos — é um desafio. Vários medicamentos à base de hormônios são utilizados para melhorar a resposta ovariana destas pacientes, mas não existe consenso na literatura sobre o melhor protocolo.
A utilização do citrato de clomifeno, medicação com baixa dosagem de hormônio, associado com baixas doses de gonadotrofinas e ao análogo antagonista do GnRH, pode ser usado para diminuir os efeitos desnecessários das altas doses de gonadotrofina, pois o problema parece estar na reserva ovariana. Além disso, existem estudos que demonstram que a qualidade dos óvulos pode melhorar quando utilizamos baixas doses. O efeito colateral comum do uso do citrato de clomifeno é um endométrio inadequado ao embrião, devido à sua ação antiestrogênica.
Em um estudo realizado pela Fertivitro, com 72 mulheres definidas como más respondedoras, que se submeteram a tratamentos de reprodução assistida, com o uso do citrato de clomifeno, durante o período de 2003 a 2012, o resultado foi positivo. Constatou-se maior taxa de gravidez, sendo que 34,8% em pacientes que usaram protocolos de baixa dosagem e 19,5% nas pacientes que usaram alta dosagem, como as gonadotrofinas. Estas mulheres se submeteram, inicialmente, a tratamentos considerados convencionais e, posteriormente, realizaram com o citrato de clomifeno e baixas doses de gonadotrofinas, combinado ao análogo antagonista do GnRH.
A pesquisa foi apresentada no congresso americano anual, organizado pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, ASRM 2013 (American Society for Reproductive Medicine), na cidade de Boston, em Massachusetts, nos Estados Unidos, em outubro de 2013, para profissionais especializados no assunto do mundo todo.
O objetivo do trabalho foi avaliar se há diferença nos padrões avaliados das pacientes consideradas más respondedoras, quando utilizamos um protocolo com citrato de clomifeno e baixas doses de gonadotrofinas associado ao análogo antagonista do GnRH, comparado aos protocolos com altas doses de gonadotrofinas (convencional).
As vantagens de se optar pelo uso do citrato de clomifeno, além do efeito econômico, porque o custo desse medicamento é menor, é que podemos obter resultados semelhantes e talvez melhores quando comparamos com protocolos considerados convencionais. E também se tornaria mais fácil para o casal repetir o ciclo caso necessário.
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* Aline Azevedo, phD – embriologista e coordenadora do Programa Opportunity da Fertivitro — Centro de Reprodução Humana. A especialista recebeu o Prêmio Jovens Cientistas em Paris, em 2012.