A gestação múltipla é um problema que causa grande preocupação entre os especialistas da área de reprodução assistida. Existem alguns fatores que contribuem para o aumento da gestação gemelar: além da hereditariedade, conhecida desde o início da humanidade, agora somam-se também a idade da mulher e a reprodução assistida.
Em alguns tratamentos indicados para tratar a infertilidade, são utilizados hormônios com o objetivo de se conseguir uma super estimulação ovariana, aumentando, dessa forma, a produção de óvulos na mulher. E para ampliar as taxas de sucesso de gestação, são transferidos para o útero mais de um embrião. Esse procedimento aumenta a chance de multiplicidade de fetos, arriscando algumas vezes a saúde e até a vida dos bebês.
Apesar dos gêmeos representarem apenas 2% do número total de nascimentos, são responsáveis por 11% da mortalidade neonatal (três vezes superior que nas gestações únicas), isto se deve geralmente a prematuridade do parto. Normalmente, nesses casos, ocorre uma maior distensão uterina, que pode acarretar modificações no colo do útero (afinamento), provocando contrações frequentes e regulares, o que leva ao início do trabalho de parto. Em razão disso, os recém-nascidos tendem a ter menor peso ao nascer.
A gravidez gemelar não é um grupo homogêneo de risco, sendo a determinação do número de placentas o fator que mais influencia o futuro desse tipo de gestação. O risco de algumas complicações obstétricas é maior na gestação múltipla, as grávidas desenvolvem mais frequentemente hipertensão arterial ou anemia. Por isso, o desafio dos especialistas em infertilidade, atualmente, é reduzir as taxas de gravidez múltipla, devendo levar-se sempre em conta, a história pregressa e a idade da paciente.
Na Europa, onde existe uma grande fiscalização por parte dos governos sobre esse tipo de tratamento, as taxas são as menores do mundo. O índice de gestação múltipla está inalterado há quatro anos, mantendo-se em 26,4%. Desse número, 24,4% de gestação gemelar, 2% de gestação trigemelar, e 0,04% de quadri-gemelar. Em alguns países do norte da Europa, existem normas que determinam a transferência de apenas um embrião, na Espanha podem ser transferidos até três, e no Brasil este número pode chegar a quatro, o que aumenta muito a taxa de sucesso de gravidez, mas pode chegar a 25% a taxa de gestações gemelares.
Para a Fertivitro, o objetivo é otimizar os resultados sem aumentar a incidência de gestação múltipla. “Para tanto, procuramos proporcionar as melhores condições possíveis, desde o início do tratamento até as condições ideais de cultivo embrionário para conseguirmos embriões de boa qualidade e reduzir o número a serem transferidos, principalmente, em pacientes jovens, pois é nesse grupo que mais ocorrem as gestações múltiplas”, explica Dr. Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Fertivitro.