Estresse gera alterações hormonais que impactam no tratamento de reprodução assistida

shutterstock_41997469-ARTIGO-ANA-ROSA-impacto estresse e alterações hormonais no emocional  FIVEstudos científicos confirmam que corpo e fenômenos emocionais caminham lado a lado e já existem evidências da relação entre estresse e os sistemas nervoso central, imunológico e endócrino

Por Ana Rosa Detilio Monaco*

 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse em suas váriadas formas atinge 90% da população no mundo todo. Sempre ouvimos falar do quanto esse fenômeno pode provocar diversas alterações emocionais e físicas, mas a Psicologia sempre levou em consideração estes fatores. É necessário que paremos de banalizar o quadro, pois a situação pode gerar consequências orgânicas sérias.
É muito comum o questionamento do quanto o estresse pode influenciar os quadros de infertilidade e nos  resultados de tratamentos de Reprodução Assistida (RA).
A relação entre estado psicológico e a possibilidade de desenvolvimento de certas doenças é descrita desde a antiguidade, mas só nas últimas décadas que as evidências entre sistema nervoso central (SNC), sistema imunilógico (SI) e o sistema endócrino (SE) vem sendo demonstradas, apresentando comunicação interativa entre eles. Estudos caminham por este território para confirmar que corpo e psiquismo caminham lado a lado.
Sistema imunológico e a fertilidade
Pesquisas científicas comprovam que a resposta imunológica pode estar aumentada ou dimunuída após estímulos que exigem certas reorganizações do sistema nervoso central, sendo que diferentes estímulos podem provocar alterações no sistema imunológico, por meio da ativação do sistema nervoso central, e um deles é o estresse.
O sistema imunológico é responsável por defender o corpo de proliferações de células que provocam várias doenças, como as virais, bacteriológicas e cancerosas, portanto, quando tal sistema é alterado por modificações endócrinas provocadas pelo estresse, o organismo fica mais vulnerável e fragilizado. Maior quantidade de adrenalina e corticol são liberadas pelo organismo nos momentos de tensão, podendo alterar as principais  produções hormonais, fator de muita relevância frente à gestação. A adrenalina pode levar à hipertenção quando fabricada em excesso. Alterações de comportamento e humor que levam ao aparecimento de fadiga, mal-estar, diminuição ou aumento de apetite são os sintomas desse quadro, trazendo para o indivíduo significativas alterações em sua vida, que geralmente causam sofrimento.
Há também evidências de ativação imunológica em pessoas deprimidas e nas que vivem fortes pressões psicológicas, tais como: traumas, problemas conjugais ou lutos. Experiências de vida que geram estresse podem levar ao desenvolvimento de quadros depressivos, por isso, a atenção é fundamental nesses casos. Os tratamentos para infertilidade é um exemplo típico dessa situação, em que os pacientes são expostos a um forte desgaste emocional.
Alguns estudiosos consideram que casais com níveis de ansiedade elevados e estresse podem ter o sistema reprodutor alterado e apresentar dificuldade para engravidar. Os pesquisasores também abordam sobre o fato de as mulheres ficarem muito estressadas na tentativa de engravidarem. Essa tensão pode levar a um nível demasiado de estresse, o que resulta na alteração do sistema endócrino, responsável pela produção dos hormônios, portanto, não focar demasiadamente e não deixar de valorizar outros setores da vida pode ser muito benéfico, pois o estresse diminui e o sistema endócrino volta a funcionar corretamente e a gravidez pode acontecer.
Também é possível considerar que o sistema imunológico tenha efeito sobre o sistema nervoso central e que não há tratamento de reprodução assistida sem ansiedade. Vale atenção e cuidado, pois, muitas vezes, os pacientes não percebem o impacto dosfatores emocionais.
Contar com o psicólogo durante os tratamentos auxilia o casal a enfrentar esses desafios e a melhorar a qualidade de vida, por meio da boa alimentação, atividade física e ações que tragam prazer. Namorar muito melhora os resultados em todos os setores da vida.
* Ana Rosa Detilio Monaco é psicóloga da Fertivitro  — Centro de Reprodução Humana.

 
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