Coito programado, inseminação artificial, fertilização in vitro, injeção intracitoplasmática de espermatozóides são opções de tratamentos
Por Dra. Fernanda Coimbra Miyasato*
A taxa de fecundidade brasileira vem decrescendo em todas as regiões do País, desde 1970. A média atual é de 2,1 filhos por mulher, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sendo que 87,8% dessas mulheres encontram-se na faixa de até 34 anos. Em parte isso se deve ao progresso econômico, ao aumento das informações e ao planejamento familiar. Em contrapartida, as mulheres também estão postergando o momento para ter filhos, e com isso as taxas de infertilidade aumentam.
Os dados estatísticos da literatura brasileira são ruins, porém estima-se que mais que 2 milhões de casais apresentam problemas com a fertilidade.
A infertilidade, definida como a incapacidade do casal em obter uma gestação após um ano de tentativa, atinge de 15% a 20% dos casais em idade reprodutiva. Cerca de 30% das causas de infertilidade são femininas, 30% são masculinas e 25% são conjuntas, portanto, tanto do homem como da mulher. Em 15% dos casais não se sabe a real causa da infertilidade. Esses são classificados como Infertilidade ou Esterilidade Sem Causa Aparente (ISCA ou ESCA).
Na mulher, as causas da infertilidade podem estar relacionadas aos seguintes fatores: fator cervical (colo do útero), uterino, tuboperitoneal, ovariano, imunológico e idade da mulher.
No fator cervical, há alterações no muco produzido pelo canal cervical, responsável pelo transporte e maturação dos espermatozóides que irão fertilizar o óvulo. O uterino pode apresentar malformações, tumores (miomas e pólipos), as aderências e alterações do endométrio como infecções.
No caso do fator tuboperitoneal, para que uma mulher consiga engravidar naturalmente, é necessário que as estruturas anatômicas do útero, trompas e ovários estejam preservadas, pois são nas trompas que ocorre o encontro dos gametas (óvulos e espermatozóides). As causas mais frequentes de lesões das tubas são os processos inflamatórios (salpingites). Dentre as inúmeras causas de alteração, os processos infecciosos são os mais comuns, levando a obstrução das trompas e aderências entre os órgãos pélvicos. A endometriose (tecido endometrial fora da cavidade do útero) causa um processo inflamatório levando a alterações semelhantes aos processos infecciosos.
O fator ovariano é a mais frequente causa de infertilidade, por representado pela falha ou ausência de ovulação. Dentre todos os distúrbios da ovulação, o mais comum são os ovários micropolicísticos. A idade reprodutiva de uma mulher é marcada pelo início dos fluxos menstruais (menacme) até a sua ausência (menopausa). O ovário é um órgão de consumo e, sendo assim, com o passar dos anos a reserva das células ovarianas vão diminuindo até a sua ausência. Portanto, uma das frequentes causas de infertilidade está correlacionada com a idade da mulher.
A partir dos 35 anos de idade, a qualidade dos óvulos começa a declinar, sendo que as chances de uma gravidez bem-sucedida após os 40 anos são menores. Além da dificuldade de engravidar, as taxas de abortamento são maiores em decorrência de alterações cromossômicas no embrião formado. É importante ressaltar que os resultados de gestação em pacientes acima dos 40 anos não são muito animadores. Pacientes com essa faixa etária, muitas vezes, somente conseguirão engravidar com óvulos doados. Dessa forma, é fundamental e aconselhável que, em casos de casais com dificuldade para engravidar, uma investigação detalhada deva ser realizada preferencialmente antes dos 35 anos de idade, porque com o tratamento as chances acumulativas de sucesso podem chegar a 90%.
Por fim, o fator imunológico é o responsável por todo o processo de início e manutenção da gestação. O equilíbrio do sistema imunológico responde pelo bom andamento da gestação. Qualquer desequilíbrio pode ocasionar abortamento e talvez, de acordo com os estudos mais recentes, por falhas de implantação.
Para avaliar a fertilidade são necessários exames hormonais que irão verificar os ovários, ultrassom transvaginal para avaliação uterina e o exame histerossalpingografia para determinação da permeabilidade tubária.
Tratamento
A Fertivitro realiza todos os tipos de tratamentos indicados para a infertilidade conjugal, desde os de baixa complexidade até os de alta complexidade, assim como as técnicas complementares. Os tratamentos de baixa complexidade são o coito programado e a inseminação Intrauterina e os de alta complexidade são a Fertilização in vitro convencional (indicada nos casos de obstrução das trompas); e injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides (ICSI).
Para prevenir a fertilidade, a alimentação deve ser variada e equilibrada, além de realizar atividade física regular. É preciso evitar radiações, álcool, cigarro e drogas, manter uma visita regular ao médico com o objetivo de diagnóstico precoce e tratamento de doenças.
Inovadora, a técnica de congelamento de óvulos tem o objetivo de preservar a fertilidade. É indicado a pacientes que querem postergar a gestação, sem perspectivas de formar uma prole antes dos 35 anos. Ou para aquelas que serão submetidas a tratamento quimioterápico ou radioterápico contra o câncer e têm como antecedente familiar a menopausa precoce.
* Dra. Fernanda Coimbra Miyasato é ginecologista, especialista em Reprodução Assistida, da Fertivitro — Centro de Reprodução Humana.
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