Psicóloga da Fertivitro dá dicas
Por Ana Rosa Detilio Monaco*
Geralmente, os casais que buscam tratamento de Reprodução Assistida (RA) apresentam certo grau de comprometimento emocional. A partir do momento em que o casal se depara com o diagnóstico da infertilidade, uma das mais sérias crises na vida de uma pessoa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles enfrentam uma realidade desconhecida, em que a rotina e os sentimentos são transformados.
Para auxiliar os pacientes nesse processo do diagnóstico da infertilidade e do tratamento, eu vou apresentar alguns pontos importantes que o casal deve refletir antes e ao longo dos procedimentos:
– Evite a pergunta: “De quem é a culpa?” Independente do fator da infertilidade, não há culpado, o casal esta junto nesta realidade.
– As alterações de humor tendem a surgir após o início do tratamento. Questões emocionais e hormonais interferem a este respeito e parece mais visível na mulher, portanto, a compreensão do casal pode fazer a diferença neste percurso. Criar mecanismos para lidar com estes fatores pode proteger o casal de possíveis crises no relacionamento.
– A sexualidade pode ser abalada, pois alterações emocionais podem interferir na libido e se apresentam de várias formas. Deve-se ter atenção e utilizar a criatividade para que a intimidade não deixe de existir.
– A possibilidade de gestação múltipla aumenta e muitos casais tendem a se empolgar com tal possibilidade. Vale reforçar que os riscos são maiores, tanto para a mãe quanto para os bebês.
– O casal deve estar atento para o fator financeiro envolvido, porque esta questão pode interferir de forma contundente na vida de ambos. Planejamento é um bom caminho para evitar descontrole.
– É preciso estar consciente das possibilidades de fracasso. Talvez seja necessário realizar mais de um procedimento ou até nunca conseguir sucesso.
– A importância da proximidade afetiva do casal é fundamental, desta forma, eles poderão compartilhar tantos os avanços como os fracassos, e isto os tornará mais íntimos e conectados na mesma realidade.
O contato com o psicólogo pode oferecer aos pacientes a possibilidade de encontrarem estes recursos e percorrerem este caminho de forma mais consciente, podendo evitar o sofrimento.
* Ana Rosa Detilio Monaco é psicóloga da Fertivitro — Centro de Reprodução Humana.
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