A obesidade, um fator de risco para a infertilidade

A obesidade, um fator de risco para a infertilidade

O que muitas mulheres não sabem é que o excesso de peso pode contribuir para o insucesso na tentativa de engravidar ou ainda, de manter uma gestação. A obesidade e infertilidade vem sendo amplamente estudada.
A condição, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, é fator de risco para uma série de doenças, como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, síndrome metabólica e disfunções hormonais. O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro da quantidade que existia há três décadas, conforme dados registrados pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
A Harvard Medical School recentemente desenvolveu uma pesquisa para estabelecer a ligação entre obesidade e infertilidade. Os cientistas examinaram a qualidade dos óvulos e embriões de mulheres com diferentes categorias de IMC (Índice de Massa Corporal). Em vista das que tinham IMC normal, as mulheres com sobrepeso apresentaram redução expressiva do pico dos níveis de estradiol e um número menor de embriões a cada ciclo. As participantes do estudo que apresentavam Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) associada à obesidade mórbida tiveram menores taxas de nascidos vivos e uma incidência 29% maior de oocitos imaturos, em comparação com aquelas com IMC normal.
Em ciclos de fertilização in vitro (FIV), a necessidade de doses mais elevadas de indutores da ovulação, a maior duração da estimulação ovariana e menor resposta do ovário à medicação são mais comuns entre as pacientes obesas. Isso se dá a uma maior resistência aos hormônios estimuladores da ovulação encontrada neste grupo de mulheres, resultado de alterações na absorção e distribuição.
Quanto à síndrome dos ovários policísticos, o excesso de peso está presente na maioria das pacientes. Nesses casos, a perda entre 5% e 10% do peso corporal normalmente reduz a concentração de insulina, regulariza o ciclo menstrual e a ovulação, além de melhorar a fertilidade da paciente.
As mulheres obesas têm maiores taxas de complicações obstétricas. A obesidade aumenta em até 18% o risco de morte materna e responde por 80% dos acidentes fatais por complicações anestésicas. Entre as intercorrências obstétricas, as mais importantes são hipertensão, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, embolia, abortos, macrossomia fetal, infecção urinária, prematuridade, óbito fetal sem explicação e complicações cirúrgicas (hemorragias e infecções).

Posts Relacionados