Adultos que tiveram câncer na infância correm risco de serem inférteis

Um recente estudo divulgado na Alemanha, o Deutsches Ärzteblatt Internacional, constatou que crianças que tiveram câncer na infância correm um risco maior de sofrer com a infertilidade na fase adulta.
Um percentual dos pacientes que participaram da pesquisa, que foram tratados contra a leucemia e tumores na infância e adolescência, apresentou falha na tentativa de conceber um filho quando adultos, durante dois anos tendo relações sexuais. A OMS (Organização Mundial da Saúde) define a infertilidade quando um casal mantém atividade sexual normal, por um ano consecutivo, sem o uso de contraceptivo, e não consegue uma gravidez.
A conclusão que se tem após a divulgação do estudo é que os pais precisam estar informados sobre medidas de prevenção da fertilidade antes do início do tratamento para o câncer. “Nesse caso, é preciso passar por um aconselhamento para se deixar muito claro sobre o futuro reprodutivo dessas crianças. Quando possível, poderá ser indicado a preservação de gametas”, explica Dr. Luiz Eduardo Albuquerque, ginecologista, especialista em fertilização e diretor da Fertivitro – Centro de Reprodução Humana. “Se o câncer se manifestou na adolescência, é possível congelar os óvulos e sêmen, a fim de preservar a fertilidade, antes da quimioterapia ou radioterapia”, conclui Dr. Luiz.
Às pessoas que foram acometidas pela doença na infância ou na adolescência é indicado realizar exames de fertilidade antes da gravidez. “Esses pacientes precisam manter constantemente um acompanhamento médico para monitorar a doença. No caso do interesse por uma gestação, é importante que mencione o problema ao especialista para que encaminhe aos exames necessários e tratamentos de fertilização, se for preciso”, diz Dr. Luiz.
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