Situação está associada a abortos espontâneos, ao trabalho de parto prematuro, à hipertensão arterial induzida pela gravidez, ao desenvolvimento e baixo peso do bebê ao nascer
Por Dra. Fernanda Coimbra Miyasato*
Tão utilizada nos últimos tempos, a palavra estresse vai muito além de um adjetivo para denominar a atual correria da vida moderna. Assim definido pelo dicionário, estresse é um conjunto de reações do organismo a agressões de origens diversas, capazes de perturbar o equilíbrio interno. Isso quer dizer que o estresse ocorre quando o equilíbrio do corpo é modificado, ocorrendo alterações orgânicas como a liberação de grande quantidade de hormônios na corrente sanguínea, que vai preparar o indivíduo para algum tipo de reação, como o aumento do ritmo cardíaco e do estado de vigilância. A resposta ao estresse depende, principalmente, do estilo de vida e da forma como a pessoa reage a cada situação. Os efeitos do estresse podem ser potencializados por outros fatores, como tabagismo, consumo de álcool e envolvimento em outras atividades relacionadas.
Quando os sintomas de estresse persistem por um longo intervalo de tempo, e impedem o relaxamento após a tensão, os nossos mecanismos de defesa passam a não responder de uma forma eficaz, o que aumenta a possibilidade de vir a ocorrer doenças, especialmente as cardiovasculares, gástricas ou diversos problemas psíquicos (fadiga, distúrbios do sono, depressão).
Na gestação
A gestação é considerada um estado de estresse emocional permanente, por envolver intensas mudanças na vida da mulher sob os pontos de vistas físico, psicológico e social. O corpo em mudança, o medo e a ansiedade gerados pelo parto, a instabilidade emocional constante da gravidez, a transição do papel de mulher para mãe influenciam a saúde psicológica da gestante, o que favorece o estresse. Gestantes que são expostas por longo prazo ao estresse podem apresentar riscos à sua saúde e a do feto. O feto geralmente responde ao estresse materno, com aumento de frequência cardíaca. Além disso, o estresse materno durante a gestação pode aumentar o risco à pré-disposição do desenvolvimento de doenças mentais. Segundo pesquisas, o estresse crônico durante o período do desenvolvimento do cérebro humano tem sido associado a déficits de aprendizagem e comportamentais, além de distúrbios do humor, incluindo a depressão em idades mais avançadas.
De acordo com estudos científicos americanos, divulgados no início do ano 2000, o estresse na gestação está associado a abortos espontâneos, ao trabalho de parto prematuro, à hipertensão arterial induzida pela gravidez, ao desenvolvimento e baixo peso do bebê ao nascer. Por estes possíveis efeitos, o controle e a administração do estresse são necessários.
Dicas para aliviar o estresse
O exercício físico é considerado um grande aliado no processo de redução e controle do estresse, inclusive na gestação. Atividades físicas de intensidade moderada durante uma gravidez traz vários benefícios à saúde da gestante e, consequentemente, do feto. A prática regular de exercícios pode diminuir as reações provocadas pelo estresse como, por exemplo, o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, dos hormônios do estresse e da ativação do sistema nervoso. Além disso, auxilia na distração e relaxamento, controle do ganho de peso excessivo, melhora na autoestima e diminui os desconfortos físicos comuns da gestação.
Nos casos mais graves, devem ser estabelecidas intervenções para reduzir o estresse, como o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, dependendo do caso.
Pesquisas sugerem que medidas de prevenção como o oferecimento de programas de atenção à gestante e apoio psicossocial ajudam a minimizar os problemas decorrentes de estresse na gravidez, contribuindo para uma gestação mais saudável com prevenção dos riscos para a mãe e o bebê.
Mais informações sobre reprodução humana nos canais da Fertivitro:
www.fertivitro.com.br
http://fertivitro.wordpress.com/
www.facebook.com/fertivitro
www.twitter.com/fertivitro