O aborto de repetição é um problema que acomete entre 1% e 5% dos casais com dificuldades para engravidar. O aborto espontâneo, nos casos em que a gravidez é interrompida naturalmente em todos os tipos de gestações é de cerca de 20% e pode ser comum em diversas situações, mas quando ocorre de forma repetitiva – mais de três vezes consecutivas, é considerado aborto de repetição (AR).
Diferentes alterações podem causar abortos de repetição, que geralmente ocorrem antes de completar a 20ª semana de gestação. Contudo, mesmo após a investigação clínica e laboratorial, em cerca de 20% dos casos as causas não são identificadas.
Estima-se que 60% dos abortos de repetição sejam decorrentes de alterações genéticas no embrião, cuja incidência aumenta com a idade da mulher. A partir dos 40 anos, a chance de aborto pode passar de 30%, devido ao envelhecimento dos óvulos que faz com que os embriões gerados tenham maior chance de apresentar anomalias cromossômicas.
Contudo, o aborto de repetição pode ter inúmeras outras causas que devem ser investigadas antes da tentativa de uma nova gestação. Para o ginecologista, Dr. Luiz Eduardo Albuquerque do Centro de Reprodução Humana Fertivitro, “todas as causas de um ou mais abortos devem ser cuidadosamente avaliadas, até mesmo as menos prováveis, a fim de garantir que uma nova gestação seja levada até o fim, com tranquilidade e saúde”.
Além das alterações genéticas, as alterações anatômicas do útero, problemas com o sistema imunológico, doenças autoimunes, alterações hematológicas, disfunções hormonais, infecções, sobrepeso e obesidade, bem como o tabagismo e o consumo excessivo do álcool, podem ser responsáveis pela interrupção indesejada da gravidez.
“Preparar-se para uma gestação saudável, seja ela espontânea ou por um tratamento de fertilização assistida, requer o conhecimento detalhado das condições e histórico de saúde dos pais, bem como adotar estilos e hábitos saudáveis que possam assegurar a saúde da mãe e do bebê durante a gravidez”, ressalta Dr. Luiz Eduardo Albuquerque.